Caminhamos sobre superfícies superficiais e supérfluas. Caminhamos não; corremos. Corremos sem tropeçar. Quem tropeçar incomoda, pois o ritmo frenético e ininterrupto não contempla desvios nem pedras na calçada. Caminhamos por cima delas, como se fossem planas ou como se não existissem. Ignoramos, menosprezamos, recusamos e renunciamos a sua existência. De cabisbaixo e olhos fixos nos ecrãs móveis, para onde caminhamos? Qual a nossa direção numa sociedade que vive além das suas possibilidades e...
... que não para!
... que não observa!
... que não contempla!
... que não questiona!
... que não pensa!
Que sobrevive e não vive...