segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A minha modesta, mas sincera homenagem a Alves Redol.

Tanto lutaste,
tanto enfrentaste,
tanto sonhaste, 
para agora jazeres em silêncio. 

Defronte do rio que sempre contemplaste,
repousas em paz.

Resta a memória do passado que se alastra ao presente.
Resta o tempo suspenso entre a vida e a morte.
Resta o espaço esvaziado pela ausência.
Resta o que já foi no que ainda é.
Resta tudo ou nada.

A memória:
em holograma ou caleidoscópio, 
terei sempre a nítida visão,
de quem foste,
de quem és,
de quem serás. 

sábado, 27 de novembro de 2021

horizontes largos

    Os horizontes largos das lezírias perdem-se no céu azul, policromado pelo cosmos e pelas ínfimas possibilidades. A união dos elementos — terra, água, ar — numa só tela, ateia o fogo extrassensorial, o qual redimensiona o espaço e o tempo. Descortinam-se caminhos surrealistas sob a Pangeia, plurais pelas interpretações e pelos onirismos. Se o céu é o limite, deixou de o ser. Agora o limite é o deslimite de novas geografias.

domingo, 7 de novembro de 2021

O Tejo

    A grandeza do Tejo salpica aos olhos de quem a contempla. As correntes arrastam memórias para a frente e para trás. Lavam passados, vazam presentes e enchem futuros. No inverno, águas turvas e barrentas que encobrem lendas e mistérios. 

    O Tejo... Um rio que já passou por tanto. Outrora um "jardim de peixe". Agora um sobrevivente da poluição desenfreada. Contudo, ainda persiste e não desiste de quem o abraça.

    Tejo, eu sei que quem te aprecia, possui uma bondade infinita. Quem te olha de frente, não tem medo de enfrentar mares encrespados e tempestuosos. Quem te ama, só em ti e por ti vive.

    Tejo, espero que me ouças e que saibas que em ti me quero perder e encontrar. Tu tens todos os sonhos, todas as aventuras, todas as epopeias.