quarta-feira, 2 de março de 2022

o contratempo do tempo suspenso

    A morte sopra ventos de silêncio e torna a solidão cega, surda e muda. Uma ausência abrupta que se impõe num tempo suspenso, num espaço vazio, num lugar sem horizonte. O contratempo entre a vida e a morte deixa-nos atónitos e rebobina a película da vida — um passado cheio de ti, um presente (agora) sem ti e um futuro vazio de ti. 

    Agora, na mesa da cozinha, comemos menos, falamos menos, rimos menos, mas amamos(-te) mais. O cinzeiro permanece intacto e espera pela cinza do teu cigarro...  


(tio Pedro)