Larguei-te na ria.
Deixei-te ir
como um barco
a arder
num funeral viking.
Antes agarrei-te
ou tentei
mas as tuas mãos
já cobertas de lodo
escorregadias
tocaram as minhas
fugazmente
e dançaram
a dança do esquecimento.
Lentamente
e silenciosamente
afundaste-te
na maré alta
sem pestanejar
sem bracejar.
Triste e melancólica
sentei-me na margem
à procura dos olhos d'água
mas nunca mais os vi.
Agora
resta-me esquecer-te
para sempre.
Apagar da memória que o sorriso mais belo que alguma vez vi foi o teu.
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