sábado, 8 de fevereiro de 2025

Larguei-te na ria, meu amor.

Larguei-te na ria.

Deixei-te ir 
como um barco 
a arder
num funeral viking.

Antes agarrei-te
ou tentei
mas as tuas mãos 
já cobertas de lodo
escorregadias
tocaram as minhas
fugazmente
e dançaram 
a dança do esquecimento.

Lentamente
e silenciosamente
afundaste-te
na maré alta
sem pestanejar
sem bracejar.

Triste e melancólica
sentei-me na margem
à procura dos olhos d'água
mas nunca mais os vi.

Agora 
resta-me esquecer-te 
para sempre.

Apagar da memória que o sorriso mais belo que alguma vez vi foi o teu.






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