terça-feira, 3 de junho de 2025

estuário ventricular

cabeça pousada
olhos na lua crescente
que as nuvens insistem cobrir

respiração branda
mãos no para-sol inquieto
que o lenço teima tapar

abraço longo
dedos no dorso pulsante
que o casaco cisma esconder

pálpebras cerradas
lábios na boca vertida
que os dentes ponderam morder

Há uma calmaria no estuário 
sempre que a barca do paraíso 
- atraca -
no meu coração.




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