quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

(des)fragmentação emocional

Corpo meu que vagueia
Fizeste de mim um dado
E lançaste-me no jogo da vida
Que só tem uma ida
Sim, tu foste um actor
Que encenou sem pudor
Um falso amor
Que agora sinto com dor
A inexistência constante de algo
És tu que fomentas 
Todo o romantismo vivente em mim
Tudo parece poesia
Só que apenas é magia
Flores murchas são atiradas sob o corpo que jaz
Sozinha como nunca a solidão esteve
Porque amar é pelo teu olhar deambular
Porque me deixas assim?
Sem início nem fim
Confusão de emoções
Sinestesias e orações
Amar como se faltasse o ar
Amor com ardor
Páginas de amor serão sempre páginas de dor
E se eu morrer agora
Vais ter desejado essa distância?
Que horror desejar o que é morto
E viver desencantada com o que é vivo
A perfeição e utopia numa só palavra – sonhar
Os instintos são atirados como flechas
Quase como se esquartejassem o próprio sentimento
Quando eu tiver de acontecer
Apenas irei continuar a ver o mar e a sentir a sua brisa
(outra vez)



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