Vi-te ontem,
de lua na boca,
de lua na boca,
a olhar as estrelas.
Vi-te ontem,
debaixo de um céu riscado,
a engolir planetas.
Vi-te ontem,
de mãos atadas,
a tocar Saturno.
Vi-te ontem,
de peito aberto,
a navegar pelo junco.
Sim. Vi-te ontem,
tardio e fugidio,
a caminhar pelas areias finas da ampulheta.
Não. Não te vejo hoje.
Os ventos sopraram-te para sul,
onde pousaste como folha,
ao lado da árvore,
de onde caíste.
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