sexta-feira, 27 de junho de 2025

contemplação poética das entranhas

eu sou lava e sol ardente
em contínua combustão.
José Carlos Soares


Tocar na lava queima.
Olhar o sol de frente cega.
Contemplar um vulcão
fascina e assusta,
tal como contemplar 
as nossas entranhas.

O ritmo e silêncio 
vertiginoso da poesia
faz-nos dançar
entre os versos e reversos
dos nossos abismos.

Como bailarinos profissionais 
almejamos o equilíbrio perfeito, 
com pontas rígidas e frágeis,
em pequenos e rápidos movimentos, 
para fugirmos da lava que escorre
até às profundezas 
do nosso ego dantesco.


(Poema sugerido pelo poeta Alberto Pereira

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