eu sou lava e sol ardente
em contínua combustão.
José Carlos Soares
Tocar na lava queima.
Olhar o sol de frente cega.
Contemplar um vulcão
fascina e assusta,
tal como contemplar
as nossas entranhas.
O ritmo e silêncio
vertiginoso da poesia
faz-nos dançar
entre os versos e reversos
dos nossos abismos.
Como bailarinos profissionais
almejamos o equilíbrio perfeito,
com pontas rígidas e frágeis,
em pequenos e rápidos movimentos,
para fugirmos da lava que escorre
até às profundezas
do nosso ego dantesco.
(Poema sugerido pelo poeta Alberto Pereira,
a partir do texto Práticas Contemplativas na Ação II: A Poesia como Convite à Contemplação.)
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