quinta-feira, 15 de abril de 2021

um devaneio pela manhã nem sabe o bem que lhe faria

De que me vale possuir pensamentos, se nunca os vou ver nem tocar? A génese da sua imaterialidade torna-os fugazes e incorpóreos. É como se não existissem, e se não existem, para quê dar-lhes vida? Uma vida artificial, representada pelo filtro da mente. Uma deturpação da realidade objetiva e vigente. Uma ilusão criada e vivida por quem os cria, os pensa e os sente. Uma desilusão sofrida. Um nada e um tudo que será apenas e somente para o emissor. O peso da individualidade carece de leveza e, para isso, a mente necessita de se tornar amorfa. O olhar só tem de ver aquilo que está à sua frente e conjugar o modo verbal presente, sem observações nem contemplações, muito menos, interpretações. Tudo isso é erróneo. Tudo isso é falacioso e pertence a um mundo onírico e irreal. Um outro mundo, onde ninguém vive. 

1 comentário:

  1. Muito bom exercício mental...escreves tão bem e tão cristalino. Boa e segura reflexão . Adoro. Bjs

    ResponderEliminar