segunda-feira, 24 de maio de 2021

brumas

Oh, dia de névoa!
Some-te do meu alcance,
Esconde-te do tédio terreno,
Desvenda a claridade divida e sagrada.
Quero deslindar os novelos de sombras
Que se escondem no infinito junco.

Ventos te soprem e te levem!
Estou pronta para olhar o sol de frente.

sábado, 22 de maio de 2021

Para quê?

Para quê poesias e crepúsculos?
Para quê paixões e promessas?
Para quê pensamentos e contemplações?
Para quê? Para quem? Porquê?
A nova idade dos porquês irrompeu pela aurora boreal.
Abram as garrafas! Chamem Dionísio!
Vénus morreu e o banquete insano alvoreceu agora mesmo.

domingo, 2 de maio de 2021

O Povo!

Porque não relembrar o povo? O povo que trabalha, que paga os impostos e que sobrevive na "nação valente, imortal". De segunda a sexta ou 24/7, lá vai o povo para a labuta! Resignado a um quotidiano repetitivo e fatal, de semblante pesado e infeliz, lá vai o povo para a labuta! Lá vai... Não tem outra escolha. E mesmo, se tivesse, não seria para o povo. Seria para a elite, que vive na sua confortável bolha onírica, enquanto que o povo é obrigado a sujar-se na lama, sem, muitas vezes, ter água para se limpar. Porque não um pouco de humildade, de reconhecimento e de dignidade? Não faria mal a ninguém. No final do dia, somos todos humanos que precisamos de dormir, sem sabermos se iremos acordar na manhã seguinte.